Este blog ha sido creado para fortalecer y difundir las ideas que conforman el proyecto nacional, popular y democrático.

domingo, 9 de octubre de 2011

La trampa del indigenismo y de las ONG. Por Enrique Lacolla

Los atributos exteriores de la democracia y los derechos humanos se han convertido en arietes retóricos para hundir la resistencia de los países sometidos que se esfuerzan en liberarse.



Lo que está sucediendo en Bolivia en torno de la construcción o no construcción de un camino que atravesaría el Territorio Indígena del Parque Nacional Isiboro Secure y debería unir a Cochabamba con la región del Beni, ilustra sobre la dificultad, los desafíos y la tendencia a los extravíos que existen en ese país cuando se trata de llevar adelante un proyecto integrado que procure sacarlo del atraso y hacerlo parte eficiente del proceso de unificación latinoamericana. Incluso en este momento, cuando un gobierno de innegable extracción popular ocupa la sede del Palacio Quemado.
CONTINÚA:  http://www.enriquelacolla.com/sitio/nota.php?id=249

1 comentario:

  1. Achei o texto interessante porque apresenta uma nova perspectiva para entendermos a complicada situação da Bolívia e mostra um processo que (provavelmente, é como eu avalio) se intensificará muito daqui para a frente, talvez até mesmo em toda a América Latina. Reconheço que o atual modelo de Estado realmente é homogeneizante, porque envolve uma única nação, cultura, direito, exército e religião. Essa idéia de homogeneidade predomina na cabeça da elite, da cultura e até nas forças progresistas que só o podem ser aliadas a esse processo. Mas entendi que o que o autor do texto defende é a integração latinoamericana, a única forma de fortalecer a Bolívia e permitir a autonomia e o consequente respeito aos direitos das populações e comunidades étnicas do país. Entendi que a integração que ele defende (e esse é um ponto importante do texto, ele defende que é necessário a integração) é entre os países da América Latina, com vistas a constituir um bloco regional capaz de resistir as pressões do imperialismo, visa é o fortalecimento daquela massa indígena iletrada e espoliada cruelmente durante séculos e, aí sim, a possibilidade de garantia da sua autonomia. Quanto a essa espoliação e dificuldade de resistência eu tentarei argumentar mais um pouco. Enquanto temos o MAS servindo como um polo que combina a luta eleitoral com a luta nas ruas, a espoliação persiste, a realidade é que há a maior quantidade de toda a América Latina de empresas estrangeiras ou copatrocinadas entre capital multinacional e o estado da Bolívia, que estão contaminando a água, o ar e as próprias terras dos territórios indígenas. Também não há qualquer reforma agrária, as grandes plantações de 100 mil hectares continuam concentrando a sua produção com produtos químicos fertilizantes e pesticidas. Graças às subvenções de Evo Morales as petrolíferas e empresas de gás continuam a canalizar os recursos para fora, etc, etc. O principal argumento do texto é que os ecologismos e as ONGs propõem uma agenda muito funcional ao projeto das potências imperiais na medida em que banalizam e normalizam o direito a ingerência, ignorando assim qualquer possibilidade destes países determinarem sua própria situação. E a ideia de que líderes "progressistas" das ONGs se uniram a um regime abertamente partidário do "livre mercado" não me parece estranha. Na América Latina, numerosos líderes de ONGs vínculadas a doadores externos se aliaram a regimes neoliberais que utilizaram suas experiências organizacionais e retóricas progressistas para controlar protestos populares e solapar movimentos de classes sociais. Desde o início da década de 80, as classes dominantes neoliberais, junto com o governo dos Estados Unidos e governos europeus, se asseguraram de que as políticas do "livre mercado" estavam polarizando as sociedades na América Latina. Mediante fundações privadas e fundos estatais, começaram a financiar as ONGs, as mesmas que expressavam uma ideologia contra o estado e promoviam a "auto-ajuda". Então, é por isso que para o autor considera que os ecologismos e as ONGs propõem uma agenda muito funcional ao projeto das potências imperiais na medida em que banalizam e normalizam o direito a ingerência, ignorando assim qualquer possibilidade destes países determinarem sua própria situação. Outra análise interesante do texto é que a constituição que torna a Bolívia um país plurinacional, formado por etnias que têm direitos inalienáveis sobre o terreno que vivem, quer dizer, que as tribos, e não a totalidade da população, passam a ser donas dos recursos naturais que estão sobre e debaixo da terra que pisam, esvazia o poder central da sua capacidade de gerir com independência o desenvolvimento da Bolívia como um todo e permite dissimular a transferência desses recursos para as transnacionais.

    ResponderEliminar